Fundador do Telegram, Durov, diz que rejeitou pedido ocidental para "silenciar" vozes conservadoras na Romênia

O fundador do aplicativo de mensagens Telegram, Pavel Durov, disse no domingo que recusou um pedido de um governo ocidental, que ele não nomeou, para "silenciar" as vozes conservadoras na Romênia antes do segundo turno das eleições presidenciais no país.
Os romenos vão às urnas no domingo para um segundo turno que colocará um eurocético de extrema direita contra um independente centrista. O resultado da disputa terá implicações significativas tanto para a economia em dificuldades da Romênia quanto para a unidade da União Europeia.
A votação ocorre quase seis meses após a votação inicial ter sido cancelada devido à suposta interferência russa — negada por Moscou — em favor do candidato de extrema-direita Călin Georgescu, que foi proibido de concorrer novamente.
"Um governo da Europa Ocidental... entrou em contato pelo Telegram, pedindo que silenciássemos as vozes conservadoras na Romênia antes das eleições presidenciais de hoje. Recusei terminantemente", escreveu Durov no Telegram.
"O Telegram não restringirá as liberdades dos usuários romenos nem bloqueará seus canais políticos", disse Durov, adicionando à sua postagem um emoji de uma baguete que pode sugerir a França.
"Não se pode 'defender a democracia' destruindo a democracia. Não se pode 'combater a interferência eleitoral' interferindo nas eleições. Ou se tem liberdade de expressão e eleições justas — ou não se tem. E o povo romeno merece ambas", disse ele.
Durov, nascido na Rússia, mas agora cidadão francês, foi detido no ano passado na França em meio a uma investigação sobre crimes relacionados à pornografia infantil, tráfico de drogas e transações fraudulentas associadas ao aplicativo.
Em março, Durov, que negou qualquer irregularidade, retornou a Dubai.
themoscowtimes